quarta-feira, 5 de março de 2008

Parque Nacional da Quiçama
Na sequência dos anteriores apontamentos, onde pretendi mostrar-vos um pouco da Angola que eu já conheci, lembrei-me de publicar este para fazer um pouco de 'publicidade turística' a um dos Parques Nacionais de Angola - o Parque Nacional da Quiçama (ou Kissama). Por uma questão de enquadramento e, para contribuir para a cultura geral de quem lê este blog :), decidi fazer uma breve apresentação das áreas de conservação existentes em Angola antes de me focalizar no Parque Nacional da Quiçama. Então, aqui vai...

Na época colonial foi criado um conjunto de áreas de conservação que se mantêm, na sua maioria, até à data. Claro que, ao longo de 30 anos de guerra civil, estas áreas foram abandonadas e deste modo degradaram-se e perderam parte da sua biodiversidade havendo, segundo informação via "ouvi dizer...", situações de extinção de espécies (destacando-se a Palanca Negra, emblema do País). Contudo, já "ouvi dizer" que afinal não está extinta... eu ainda não estou em poder de provas que corroborem, ou não, essa afirmação :(
Existem neste momento 13 áreas de conservação (6,6%) que incluem 6 Parques Nacionais (que ocupam 4% da superfície do País), 4 Reservas Parcias (2,2%), 2 Reservas Naturais Integrais e 1 Parque Natural Regional que totalizam, estes dois últimos, 0,4% da superfície total do País. Para além destas áreas, foram também criadas 5 coutadas públicas e 1 privada que ocupam o equivalente a 7,51% da superfície total do País. De modo a não me estender muito, vou apenas fazer referência aos nome dos Parques Nacionais (PN) existentes e indicar a província a que pertencem: PN do Bikuar (província da huíla), PN da Cameia (Moxico), PN de Cangandala (Malange), PN de Iona (Namibe), PN da Quiçama (Bengo) e PN de Mupa (Cunene).

Passo agora, para aquele que me levou a publicar este apontamento - o Parque Nacional da Quiçama. Este localiza-se na Província do Bengo, mais concretamente, a 70 km a sul da cidade de Luanda e tem uma extensão de quase 9.960 km2. Foi inicialmente estabelecido como reserva de caça pelas autoridades coloniais portuguesas, a 16 de Abril de 1938. Em reconhecimento à necessidade de se preservar com rigor a fauna e flora desta área, a reserva de caça foi elevada à categoria de Parque Nacional a 11 de Novembro de 1957. O facto de possuir uma extensão de cerca de 120km de costa marítima, a existência dos rios Kwanza a norte, Longa a sul e um grande número de lagoas no seu interior, torna o Parque Nacional da Quiçama uma zona com uma grande diversidade de Ecossistemas.

Actualmente, o Parque Nacional da Quiçama está a ser gerido e administrado pela Fundação Kissama, uma Organização Não Governamental. Desde a sua constituição, em 1996, a Fundação já realizou uma série de acções com o objectivo de devolver e proteger a vida selvagem do Parque Nacional da Quiçama, entre as quais a reabilitação do acampamento turístico (Kawa) com o fim de estimular e desenvolver o turismo no Parque; a colocação de uma vedação com cerca de 22 km, na zona norte, com um limite de 10 mil hectares permitindo assim o acompanhamento das espécies introduzidas (na chamada 'operação Arca de Noé', em 2000/2001) e a manutenção desta zona do Parque. E agora, um cheirinho daquilo que é a área vedada do PN da Quiçama...
Nas fotos de baixo podem observar gungas e zebras (em cima) e um veado (em baixo). A título de curiosidade, o macho da gunga (exemplar que se encontra atrás das zebras, cinzento) possui um porte espectacular e é um animal que pode atingir os 1000 kg. Diz quem sabe, o meu pai :), que quando uma gunga é morta ela 'chora'... É um dos únicos antílopes que não se defende quando é atacado, diz novamente quem sabe (o meu papá querido)...

Na fotografia, em baixo, encontra-se uma manada de elefantes, que regressa para o meio da floresta depois de ter ido beber água junto do rio Kwanza... O regresso dos justos... São lindos...

Em Novembro de 2007, quando fiz aquela saída de campo que vos falei anteriormente, estávamos nós a fazer o nosso percurso pela zona vedada do Parque quando, de repente, 'salta-nos' para o meio do caminho uma grande cobra... Pois é, meus caros, era uma Mamba-negra (foto de baixo) que é, nem mais nem menos, considerada a maior e mais venenosa serpente de África (ainda bem que estávamos na pick-up...). O seu tamanho varia de 2,5 m a 4,5 m, sendo a segunda maior cobra venenosa do mundo, a seguir à cobra real. É a cobra mais rápida do mundo, capaz de se deslocar a 20 km/h. No entanto, usa essa velocidade para escapar do perigo e não para atacar as suas presas (http://pt.wikipedia.org/wiki/Mamba-preta). O nome Mamba-negra deve-se, não a cor do seu corpo mas, ao interior negro da sua boca.

Por fim, a vista espectacular do Acampamento do Kawa (local que possui condições para se passar um fim-de-semana espectacular, longe de Luanda, a descansar...). A imagem fala por si...Como já alguém disse, "uma imagem vale mais do que mil palavras...".

Havia muitas mais fotos para vos mostrar mas, como devem imaginar, ficava um apontamento infindável... Estas, servem para vos aguçar o apetite e, quem sabe, visitarem a malta num futuro próximo.

Beijos e abraços e, até breve.

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